quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Freitas do Amaral: “Era preciso um pacote que tivesse por objetivo justiça fiscal”

Em entrevista na RTP, Diogo Freitas do Amaral considerou que “se está a verificar aqui o mesmo que na Grécia” e defendeu a necessidade “de um pacote que tivesse por objetivo justiça fiscal”, com impostos mais elevados sobre os maiores rendimentos.


Freitas do Amaral considerou que “se está a verificar aqui o mesmo que na Grécia”
Para o antigo ministro e ex-líder do CDS, “o que nós estamos a ver, pelo andamento das coisas, é que de facto se está a verificar aqui o mesmo que na Grécia”, referindo-se à evolução da situação económica.
Freitas do Amaral sublinhou na entrevista que “a receita da troika não é boa”, considerando que ao governo português e à troika se põe um problema: se vão manter o mesmo plano, com um efeito recessivo com que não contavam, ou se o vão modificar e ajustar (“ gostam muito da palavra ajustamento”, referiu com alguma ironia o ex-ministro).
Freitas do Amaral defende impostos mais pesados sobre os mais privilegiados, considerando que “há um velho princípio que consta da civilização ocidental e da doutrina cristã, que é dos que podem aos que precisam”.
O ex-ministro afirmou na entrevista que “na modéstia dos nossos índices salariais, quem ganha mais de dez mil euros por mês ou quinze é uma pessoa privilegiada”, “os que ganham 50 são muito privilegiados” “e os que ganham 200.000 euros por mês, porque os há, esses são tubarões”. O antigo ministro propôs o aumento de impostos sobre essas pessoas, salientando que “ há muita gente a precisar de ajuda e há muita gente a não dar aquilo que pode”.
Freitas do Amaral defendeu ainda a necessidade de “ um pacote que tivesse por objetivo justiça fiscal”, incluindo “o imposto sobre o património, que aliás está previsto na Constituição”, “o imposto sobre produtos e consumos de luxo, que está previsto na Constituição” e “outros impostos sobre atos e contratos que entretanto se desenvolveram e permitem ganhar fortunas como transações financeiras, operações urbanísticas, etc”.
“É uma questão ética!”, rematou o professor universitário e ex-líder centrista.

PGR foi informado de desaparecimento

Submarinos

i (quinta-feira, 06 Setembro 2012)
PGR JÁ SABE
O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, afirmou ontem que já foi informado do desaparecimento de documentos no Ministério da Defesa relativos ao contrato de compra de dois submarinos em 2004 e respectivas contrapartidas.
MAS NÃO SABE SE…
“O DCIAP anda à procura de documentos, não sei se faltam ou se não faltam. Realmente foi-me dito que faltavam”, disse Pinto Monteiro à Lusa a partir de S. Tomé, onde se encontra para participar no 10.° encontro dos procuradores-gerais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
DESAPARECIMENTO
No despacho de arquivamento do processo em que era arguido Bernardo Ayala, o advogado que representou o Ministério da Defesa no negócio dos submarinos, o Departamento Centrai de Investigação e Acção Penal (DCIAP) escreve que não foi possível encontrar alguns documentos no Ministério da Defesa. Em comunicado, o DCIAP referiu que continuava “a faltar o dossiê histórico contendo a documentação relativa aos concursos que antecederam a celebração dos contratos, contrapartidas e financiamentos”. 
Silvia Caneco