segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dois dos quatro homicidas de Marlon tinham coletes de polícias


NUNO MIGUEL MAIA E ÓSCAR QUEIRÓS
Dois dos quatro assaltantes tinham coletes com a palavra "Polícia". O mais franzino dos ladrões matou Marlon com dois tiros nas costas. Judiciária investiga dono de carteira encontrada na Queima.
Das imagens recolhidas pelas câmaras de segurança instaladas no queimódromo do Porto e que, conforme o JN noticiou este domingo, gravaram o assalto, é visível que dois dos bandidos - que queriam roubar o cofre com cerca de 80 mil euros da receita de sexta-feira da Queima - usavam coletes escuros idênticos aos utilizados pelos agentes da autoridade com a palavra "Polícia".
O JN está também em condições de garantir que os ladrões não conseguiram os seus objetivos, cerca da uma hora de sábado, porque os responsáveis da SPDE (empresa que faz a segurança do recinto) decidiram, com o acordo dos responsáveis da Federação Académica do Porto (FAP), mudar o cofre para um local bastante afastado do sítio onde tem estado todos os anos durante a Queima.
Segundo fonte da SPDE, os receios de assalto não se restringiam à área onde funciona a "tesouraria" da FAP, um conjunto de contentores, em "U", de dois pisos. Também os colaboradores da Federação Académica eram sempre acompanhados por um "segurança" da SPDE durante os dias que antecederam a "Queima", nas deslocações a "postos de venda de bilhetes". "Sempre que juntavam 5 mil euros, o dinheiro era recolhido e guardado por nós", assegura a fonte.
Prioritário para a PJ
A identificação e detenção dos quatro assaltantes foram classificadas como "prioritárias" para Direção da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ), que ordenou a afetação de dezenas de inspetores e outros especialistas em apoio a uma brigada da Secção de Investigação ao Crime Violento (SICV), a cargo de quem está a coordenação deste inquérito.
O JN sabe que a PJ encontrou uma carteira com documentos, próximo do buraco aberto na rede de vedação que separa o queimódromo do Parque da Cidade (por onde entraram e saíram os gatunos homicidas), além de um saco de plástico, contendo um computador portátil e dois telemóveis (que roubaram a dois estudantes). A Judiciária procura saber se a carteira pertence a algum estudante ou a um dos assaltantes.
De salientar que na tarde de sábado foram inquiridos, nas instalações da PJ do Porto, vários indivíduos, o último dos quais abandonou o local ao final da noite.
Recorde-se que os suspeitos são quatro, "de estatura média" e compleição física "normalíssima" - o que, para os investigadores da Judiciária, afasta a hipótese de o crime se tratar de uma guerra entre "seguranças".
Jornal de Notícias, 6-5-2013

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