sexta-feira, 28 de junho de 2013

General dos EUA investigado por fuga de informação sobre vírus informático usado para atacar Irão


Pode ter sido ele que revelou o programa que criou o vírus Stuxnet



Obama e Eric Holder, o responsável pelo Departamento de Justiça, que lanlou a investigação sobre a fuga de informação SAUL LOEB/AFP
O Departamento de Justiça norte-americano está a investigar o general aposentado James Cartwright como a possível fonte da fuga de informação classificada sobre os ataques com o vírus Stuxnet, desenvolvido pelos EUA em colaboração com Israel, contra o programa nuclear iraniano. A informação é avançada pela NBC e pelo New York Times.
James Cartwright foi general dos Marines e o segundo oficial de mais alta patente nas forças armada dos Estados Unidos, adianta o jornal de Nova Iorque. Entre 2007 e 2011, enquanto vice chefe de Estado-maior, tornou-se um dos conselheiros preferidos do Presidente Barack Obama em questões de segurança.
Segundo dizia o New York Times no ano passado, Cartwright foi o responsável pela coordenação do programa Olympic Games, que permitiu o desenvolvimento de um vírus informático, em cooperação com Israel, que inactivou 1000 das 6000 centrifugadoras usadas nessa altura pelo Irão para enriquecer urânio. O vírus tinha características surpreendentes, e foi detectado também na Internet em vários países do Médio Oriente e em alguns da Europa de Leste. Houve acusações em surdina de que Israel o teria usado de uma forma não autorizada pelos EUA.
Cartwright, no entanto, nunca surgia como a fonte da revelação deste programa secreto. Ele tinha-se reformado em 2011, e passou a trabalhar nothink tank Center for Strategic and International Studies. Tem sido um defensor de cortes substanciais nas armas nucleares e alertado sobre a possibilidade de o uso de drones pelos Estados Unidos no Paquistão e no Iémen para assassinar selectivamente terroristas – embora com danos colaterais significativos – criarem riscos ainda maiores para Washington, porque geram revolta e antipatia entre as populações civis.
Segundo o Washington Post, Cartwright não era bem visto por muitos outros generais, incluindo David Petraeus, porque se tinha oposto aos planos de enviar um reforço de tropas para o Afeganistão em 2009. Mas o facto de ter assumido essa posição tornou-o caro a Obama, que o incluiu no seu circuito mais próximo. Na Casa Branca dizia-se que Cartwright era o general preferido de Obama. No entanto, o Presidente não o nomeou chefe de Estado-maior em 2011 precisamente porque as suas relações com outros generais mais graduados tinham ficado danificadas durante o debate sobre o envio de um reforço de tropas para o Afeganistão, diz o Post.
Desde que a história sobre o Stuxnet e progama Olympic Games foi revelada, no ano passado, que o Departamento de Justiça dos EUA começou a investigar para descobrir a origem da fuga de informação. Agora, surge esta notícia nos media norte-americanos – proveniente de “fonte judicial não identificada” – que divulga o nome de Cartwright como alvo da investigação.
Quem está a liderar a investigação lançada pelo Departamento de Justiça de Eric Holder é o procurador-geral do estado de Maryland, Rod J. Rosenstein, que através de um porta-voz disse ao New York Times não ter qualquer comentário a fazer a esta notícia. O advogado do general, que é um ex-conselheiro da Casa Branca, fez a mesma coisa.

Público on line, 28 de Junho de 2013

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